Astronauta indiano leva cisne de pelúcia, doces e esperança à Estação Espacial

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A bordo da missão Ax-4, lançada nesta quarta-feira (25) pela empresa norte-americana Axiom Space, o capitão de grupo Shubhanshu Shukla, da Força Aérea Indiana, tornou-se o primeiro astronauta da Índia a visitar a Estação Espacial Internacional (ISS). E ele não embarcou sozinho: entre os itens pessoais, levou doces tradicionais, um presente secreto e um simbólico cisne branco de pelúcia chamado Joy.

O voo partiu do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e é comandado pela veterana Peggy Whitson. Além de Shukla, a tripulação inclui astronautas da Polônia e Hungria — países que também retornam ao espaço após 40 anos.

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Bagagem com alma

Entre os itens que acompanham o indiano estão guloseimas típicas como halva de cenoura, halva de lentilha e néctar de manga. Shukla prometeu dividir os quitutes com os colegas na ISS. “São sabores da minha casa, uma forma de compartilhar um pouco da minha cultura com o mundo”, afirmou à BBC.

Mas o destaque vai para Joy, um cisne de pelúcia branco, escolhido como indicador de gravidade zero — um costume entre astronautas. Mais do que isso, Joy carrega um simbolismo cultural poderoso: na mitologia hindu, o cisne é o veículo da deusa Saraswati, representando sabedoria e discernimento. “É a busca por clareza, conhecimento e serenidade em meio à pressão”, resumiu Shukla.

O nome do mascote foi sugerido pelo astronauta húngaro Tibor Kapu, que destacou: “Uma equipe com alegria é uma equipe saudável”.

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Missão científica e histórica

Durante as duas semanas na ISS, a equipe realizará cerca de 60 experimentos científicos, sete deles desenvolvidos pela agência espacial indiana (ISRO). O feito marca também o retorno da Índia ao espaço tripulado após quatro décadas. O último indiano a ir ao espaço havia sido Rakesh Sharma, em 1984 — considerado por Shukla como um mentor e inspiração pessoal.

O piloto, nascido em 1985 em Lucknow, carrega consigo um objeto especial destinado a Sharma, mas prefere manter o presente em segredo até o fim da missão.

Um país em festa

Na Índia, a participação de Shukla na missão gerou grande comoção. Cartazes com seu rosto tomaram sua cidade natal, e milhões acompanham a jornada com orgulho nacional.

“Não levo apenas instrumentos e dados. Levo os sonhos de um bilhão de corações”, declarou o astronauta, emocionado.

A missão Ax-4 não apenas avança o conhecimento científico, mas também reafirma o poder dos símbolos, da cultura e da esperança que ultrapassa fronteiras — e agora, também, a órbita terrestre.

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