Um estudo publicado no Journal of Human Evolution revelou que chimpanzés modernos escolhem e utilizam ferramentas de forma surpreendentemente semelhante aos primeiros hominídeos. A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional de especialistas, aponta que esses primatas demonstram habilidades práticas e estratégias de aprendizado social que lembram as práticas dos humanos de Oldowan, que viveram há mais de 2,5 milhões de anos.
Os cientistas observaram chimpanzés na região de Bossou, na Guiné, enquanto utilizavam ferramentas para quebrar nozes. Durante os experimentos, os primatas tiveram acesso a pedras com diferentes características, como dureza, peso e formato.
Os resultados mostraram que os chimpanzés selecionavam deliberadamente pedras mais duras para usar como martelos e optavam por materiais mais macios como bigornas. Essa escolha refletiu um entendimento funcional das propriedades mecânicas das pedras, semelhante ao que os hominídeos de Oldowan demonstravam ao criar ferramentas de corte e raspagem.
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Outro ponto relevante do estudo foi o papel da dinâmica social no aprendizado dos chimpanzés. Os pesquisadores notaram que os indivíduos mais jovens imitavam as escolhas dos mais experientes, um comportamento que lembra a transmissão de habilidades entre gerações nas primeiras comunidades humanas.
Esse processo de aprendizado coletivo foi essencial para o desenvolvimento e a preservação de técnicas ao longo do tempo, tanto para os chimpanzés quanto para os hominídeos. No caso dos ancestrais humanos, essa transmissão cultural foi crucial para a evolução tecnológica, permitindo o aprimoramento de ferramentas de pedra que atendiam a necessidades práticas específicas.
Há milhões de anos, os hominídeos de Oldowan também escolhiam materiais com base em critérios como resistência e estabilidade. Contudo, eles levavam as ferramentas a diferentes locais, ampliando seu conhecimento sobre as propriedades dos materiais. Esse comportamento os diferenciava dos chimpanzés modernos, mas ainda reforça as semelhanças no uso intencional de ferramentas.
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A pesquisa destaca não apenas os paralelos entre chimpanzés e humanos na evolução do uso de ferramentas, mas também a importância do aprendizado social e da transmissão cultural. Segundo os autores do estudo, essas características ajudaram a moldar o caminho para o desenvolvimento de tecnologias essenciais à sobrevivência e à evolução da espécie humana.
Essas descobertas reforçam a ideia de que a inteligência prática e a capacidade de adaptação, observadas nos chimpanzés, compartilham raízes profundas com os primeiros passos dos humanos na trajetória da inovação tecnológica.
