Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, trouxe uma reviravolta nas previsões sobre o destino do Universo. De acordo com os cálculos mais recentes, o fim de tudo pode ocorrer bem antes do que as estimativas anteriores indicavam.
A pesquisa, que ainda está em fase de revisão por pares e foi disponibilizada no repositório científico arXiv, sugere que a extinção do cosmos deve ocorrer em aproximadamente 10^78 anos — um número gigantesco, mas ainda assim significativamente menor do que os 10^1100 anos apontados em estimativas anteriores.
Os cientistas Heino Falcke, Michael Wondrak e Walter van Suijlekom chegaram a esse novo prazo ao investigar a chamada radiação Hawking, fenômeno teorizado por Stephen Hawking nos anos 1970. Esse processo descreve a perda gradual de massa dos buracos negros, que lentamente evaporariam ao emitir radiação. A novidade é que os pesquisadores holandeses agora afirmam que esse tipo de decaimento não se restringe apenas aos buracos negros, mas pode afetar também objetos densos como estrelas de nêutrons e até anãs brancas.
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O trabalho amplia uma proposta apresentada por eles em 2023 e resolve uma das grandes questões em aberto: quanto tempo levariam os corpos mais resistentes do Universo para desaparecer? A resposta, segundo os cientistas, está na densidade desses objetos. E, curiosamente, estrelas de nêutrons e buracos negros estelares teriam o mesmo tempo de “vida” cósmica, em torno de 10^67 anos. A explicação para isso está no fato de os buracos negros reabsorverem parte da própria radiação que emitem, retardando o processo de evaporação.
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A equipe também extrapolou seus cálculos para objetos cotidianos, como a Lua ou até um ser humano. Nesses casos, o processo de evaporação por radiação levaria algo em torno de 10^90 anos. Mas antes disso, diversos outros eventos naturais colocariam fim a qualquer traço de matéria, como o aumento da radiação solar que, dentro de cerca de 1 bilhão de anos, deve transformar a Terra em um planeta inóspito.
Para os pesquisadores, esse tipo de investigação ajuda a explorar os limites do conhecimento atual e pode, no futuro, lançar nova luz sobre mistérios da física quântica e da cosmologia. “Estudar essas possibilidades extremas nos aproxima de entender o que realmente é a radiação Hawking e como ela se encaixa nas leis do Universo”, destacou van Suijlekom.