No final do século 16, a pequena cidade de Bedburg, na Alemanha, foi tomada pelo medo com relatos de ataques brutais e assassinatos misteriosos. O responsável, segundo as acusações da época, era Peter Stumpp, um fazendeiro que teria cometido crimes hediondos e que, segundo boatos, se transformava em um lobisomem para atacar suas vítimas.
Stumpp foi acusado de uma série de assassinatos, incluindo o de 13 crianças, três mulheres e dois homens. Além disso, relatos apontavam que ele teria matado seu próprio filho e cometido atos de canibalismo. A história rapidamente se espalhou pela Europa por meio de panfletos e xilogravuras, que o retratavam como um ser monstruoso, meio homem, meio fera.
O caso ganhou ainda mais notoriedade quando o fazendeiro confessou, sob tortura, que teria feito um pacto com o diabo. Segundo ele, um “cinto mágico” lhe permitia se transformar em lobo sempre que desejasse. Essas alegações foram usadas para justificar a sentença que viria a seguir.
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Após ser capturado por caçadores, Stumpp foi julgado e condenado por seus supostos crimes. Em 31 de outubro de 1589, ele foi executado publicamente em Colônia, na Alemanha. A sentença foi cruel: ele teve a pele arrancada com pinças quentes, os membros esmagados e, por fim, foi decapitado. Sua filha e sua amante também foram condenadas e queimadas junto a ele. Como advertência à população, sua cabeça foi exposta em uma estaca.
Apesar das confissões, historiadores questionam a veracidade das acusações contra Peter Stumpp. A confissão foi obtida sob tortura, o que levanta dúvidas sobre sua autenticidade. Naquela época, julgamentos de bruxas e lobisomens eram comuns na Europa, e muitas pessoas eram condenadas sem provas concretas.
Se Stumpp era realmente culpado ou apenas vítima da paranoia da época, nunca saberemos. Mas sua história atravessou os séculos, alimentando o mito dos lobisomens e se tornando um dos relatos mais macabros do folclore europeu.