Nascido no Japão no fim dos anos 1980, o chindōgu ganhou espaço como uma abordagem criativa que combina humor, design experimental e atenção aos pequenos incômodos do cotidiano. Desde então, Kenji Kawakami, engenheiro e editor, desenvolveu objetos para resolver problemas triviais, embora sempre de modos tão inesperados que seu uso se tornava inviável. Ainda assim, ele defendia que essas invenções iam além da brincadeira: expressavam liberdade criativa e rejeitavam a lógica do consumo tradicional.
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Entre os exemplos mais famosos, surgem o protetor de sapatos acoplado ao guarda-chuva, os hashi com miniventiladores para resfriar noodles e os óculos com funis para facilitar o uso de colírio. Todos funcionam, ao menos em teoria, além de apontarem para uma fronteira curiosa entre eficiência e completo desconforto. Essa linha tênue resume o espírito do chindōgu, que opera de verdade, mas jamais alcança praticidade.
A popularização global aconteceu nos anos 1990, quando o livro 101 Unuseless Japanese Inventions apresentou o fenômeno a leitores de vários países. Com isso, a obra se tornou um sucesso cultural, impulsionou exposições, atraiu a mídia e despertou interesse em veículos como a BBC e o Japan Times. Conforme destacaram diversas reportagens, o chindōgu unia inventividade japonesa e humor refinado, além de provocar riso e reflexão — combinação que, segundo Kawakami, liberava a criatividade das regras de mercado.
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Hoje, o chindōgu ocupa espaço em cursos de design, projetos artísticos e atividades educacionais, ampliando seu alcance. Sobretudo, sua maior contribuição está em lembrar que a inovação floresce no inesperado. Afinal, ideias leves, improváveis e até absurdas também revelam o vasto potencial da imaginação humana.
