Autoridades da Índia confirmaram nesta quinta-feira (27) que conseguiram extrair os primeiros dados das caixas-pretas do voo AI 171 da Air India, que caiu em 12 de junho próximo ao aeroporto de Ahmedabad, deixando 261 mortos — 242 passageiros e tripulantes, além de pelo menos 19 pessoas em solo. Apenas um passageiro sobreviveu à tragédia.
De acordo com o Ministério da Aviação Civil, a extração das informações foi iniciada em 24 de junho, sob supervisão do Departamento de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (AAIB). Os dados do gravador de dados de voo (FDR) e do gravador de voz da cabine (CVR) seguem em processo de análise. Ainda não está definido se os dispositivos serão enviados ao exterior para decodificação completa.
Tragédia sem precedentes
O acidente, considerado o mais letal da aviação mundial na última década, envolveu um Boeing 787 Dreamliner que decolava com destino a Londres e colidiu com um prédio estudantil da Faculdade BJ, segundos após sair da pista. O impacto foi tão violento que impossibilitou o reconhecimento visual das vítimas, obrigando as famílias a recorrerem a exames de DNA. Os primeiros corpos começaram a ser liberados apenas três dias depois.
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Alerta para falhas na manutenção
A tragédia expôs sérias falhas no setor aéreo indiano, que passa por uma rápida expansão. Uma auditoria da Direção-Geral da Aviação Civil (DGCA) revelou deficiências graves nos aeroportos de Delhi e Mumbai — os maiores do país — incluindo a reincidência de defeitos técnicos não corrigidos e engenheiros que ignoravam protocolos de segurança.
O relatório aponta supervisão ineficaz por parte das companhias aéreas, incluindo a Air India e suas subsidiárias, além da IndiGo, a maior operadora nacional. Em resposta, o governo anunciou que irá reforçar a fiscalização e as exigências de manutenção em toda a aviação civil, buscando restaurar a confiança pública e evitar novos desastres.