Há cerca de dois séculos, antes de a ciência revelar suas causas, o tétano era frequentemente interpretado como um fenômeno místico ou até maligno. Os sintomas intensos — entre eles a rigidez muscular severa, os espasmos incontroláveis e a famosa “trava na mandíbula” — despertavam pavor e levavam muitos a acreditar em possessões demoníacas.
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Com o avanço da medicina, pesquisadores identificaram o verdadeiro causador desse quadro assustador: a bactéria Clostridium tetani. Esse microrganismo penetra no corpo por ferimentos profundos, em geral mal higienizados, e libera uma toxina capaz de atingir diretamente o sistema nervoso central.
Nos casos mais severos, a infecção provocava o chamado opistótonos, condição em que o corpo da vítima se arqueava dramaticamente para trás devido às contrações musculares violentas. Esse quadro, no passado, reforçava ainda mais as crenças em forças sobrenaturais.
Entretanto, apesar de sua gravidade, o tétano pode ser totalmente prevenido. A vacinação — considerada uma das maiores conquistas da medicina moderna — garante proteção eficaz contra a doença, que hoje quase não ocorre em pessoas imunizadas.
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Assim, o que já foi visto como uma manifestação espiritual incompreensível é, atualmente, reconhecido como um desafio médico e de saúde pública. Além de tratável, é sobretudo evitável, reforçando o papel crucial da imunização.