Entre as pedras áridas e a poeira vermelha da aldeia de Nakuron, no norte do Quênia, uma pequena capela se ergue como testemunho da devoção de seu povo. Erguida com galhos secos e folhas de palmeira, a construção reflete a fé viva e a força espiritual das mulheres que a idealizaram.
No interior do templo, há apenas um altar simples e uma imagem impressa de Santa Teresinha do Menino Jesus, protegida por um pedaço de plástico transparente. Ainda assim, o local exala paz e se tornou um símbolo de perseverança e esperança para a comunidade que enfrenta o clima implacável do deserto.
A capela recebeu o nome de Santa Teresinha, padroeira das missões, conhecida por desejar “percorrer o mundo fazendo o bem”, mesmo sem jamais ter deixado o convento. A escolha da santa expressa o desejo da comunidade de espalhar bondade e fé, mesmo em meio à escassez e à solidão da paisagem queniana.
Durante uma visita à região, o missionário nicaraguense Walter Gómez se comoveu ao encontrar o pequeno santuário. Diante da imagem de Santa Teresinha, ele refletiu: “Você conseguiu, Teresinha… alcançou os lugares mais distantes do planeta como missionária.” Suas palavras ecoaram entre os fiéis, reforçando o sentido universal da fé que ultrapassa fronteiras e limitações materiais.
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A capela de Nakuron tornou-se um refúgio espiritual no coração do deserto, onde cada oração representa um ato de resistência. Além disso, o templo mostra que a grandeza da fé não depende da opulência, mas da sinceridade com que é vivida. Assim, entre pedras e ventos quentes, a devoção floresce — simples, autêntica e profundamente humana.
