Um relatório publicado no Journal of Adolescent Health revelou dados preocupantes sobre a saúde mental de adolescentes no mundo. A análise, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Universidade Johns Hopkins, identificou que aproximadamente um em cada sete jovens, entre 10 e 19 anos, sofre com algum tipo de transtorno mental.
A pesquisa, baseada em estudos conduzidos desde 2010, destaca que além de problemas como ansiedade e depressão, os adolescentes enfrentam altas taxas de abuso de substâncias, distúrbios alimentares, comportamentos de risco e ideação suicida. Cerca de um terço desses transtornos se manifesta antes dos 14 anos, e metade ocorre até os 18 anos.
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Especialistas apontam que os transtornos são influenciados por uma combinação de fatores, como condições sociais, econômicas, genéticas e psicológicas. Segundo o psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Israelita Albert Einstein, “não há uma causa única; é a soma de diversas circunstâncias que aumenta a vulnerabilidade aos transtornos mentais”.
O estudo também revelou um aumento significativo no sentimento de solidão entre jovens, principalmente meninas. Entre 2012 e 2018, os casos quase dobraram, possivelmente associados ao maior uso de redes sociais e tecnologia.
“Embora as redes sociais conectem pessoas, elas criam interações superficiais. O isolamento social, intensificado pela pandemia da Covid-19, agravou esse cenário, substituindo o contato presencial por interações virtuais”, acrescentou Okuda.
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Com um número crescente de estudos sobre o tema, há maior compreensão sobre os transtornos que afetam essa faixa etária. No entanto, o relatório reforça a importância de políticas públicas voltadas para o bem-estar emocional dos jovens, promovendo ações preventivas e suporte adequado para enfrentar esses desafios.
A saúde mental dos adolescentes é um reflexo das condições em que vivem, tornando fundamental o debate sobre como criar ambientes mais saudáveis e equilibrados para esse grupo tão vulnerável.