O raro desabrochar da amorphophallus titanum, popularmente chamada de flor-cadáver, tem atraído milhares de visitantes ao Jardim Botânico Real de Sydney, na Austrália. Conhecida por seu forte odor que lembra carne em decomposição, a planta se tornou uma verdadeira sensação, com filas extensas para apreciar sua floração, que ocorre apenas a cada sete a dez anos na natureza.
Carinhosamente apelidada de Putricia, a planta chamou atenção desde que sua flor começou a se desenvolver em dezembro. Inicialmente com apenas 25 centímetros de altura, a estrutura atingiu 1,6 metros ao longo das semanas, exibindo um centro bordô rodeado por pétalas amarelo-esverdeadas que se abrem em um formato que lembra uma saia plissada.
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A raridade do evento transformou a estufa vitoriana do jardim em um ponto de encontro para curiosos e admiradores, que pisaram em um tapete vermelho e posaram para selfies ao lado da planta. Segundo Sophie Daniel, porta-voz do jardim, a floração é não apenas um espetáculo visual, mas também um momento de reflexão sobre a conservação.
“A floração tão espaçada no tempo torna a sobrevivência dessas plantas ainda mais desafiadora, especialmente porque elas dependem de outras flores abertas nas proximidades para a polinização”, explicou Daniel. Atualmente, estima-se que existam apenas 300 dessas plantas em estado selvagem e menos de mil em cultivo ao redor do mundo.
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Para quem não conseguiu presenciar o evento pessoalmente, uma transmissão ao vivo foi disponibilizada pelo Jardim Botânico, alcançando quase um milhão de visualizações em poucos dias. No entanto, o espetáculo é breve: a floração dura cerca de 24 horas, antes que a flor murche e seu odor característico desapareça.
Mesmo com o cheiro peculiar descrito como uma mistura de carne podre e lixo, a flor-cadáver conquistou admiradores que veem na planta um exemplo fascinante da diversidade da natureza. O evento em Sydney destacou não apenas a beleza singular de Putricia, mas também a importância de proteger espécies tão raras e únicas.