A fofoca, muitas vezes vista de forma negativa, pode ter um papel crucial na evolução das interações humanas, segundo um novo estudo. Ao utilizar modelos baseados na teoria dos jogos, pesquisadores simularam interações sociais em que agentes virtuais decidiam se compartilhariam informações sobre terceiros e como responderiam às ações dos demais.
Os resultados indicaram que aproximadamente 90% dos agentes adotaram o comportamento de fofocar, o que influenciou positivamente a cooperação nos grupos. O temor de que ações negativas fossem compartilhadas levou os participantes a optar por comportamentos colaborativos, preservando suas reputações.
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“Compartilhar informações cria um mecanismo de controle social que incentiva comportamentos alinhados com as normas do grupo”, destacou Dana Nau, coautora do estudo.
Além de promover a cooperação, a fofoca desempenha um papel evolutivo ao ajudar na identificação de aliados confiáveis e na exclusão de indivíduos que possam ameaçar a harmonia do grupo. Esse comportamento é visto como um recurso adaptativo em sociedades complexas, favorecendo a sobrevivência coletiva.
No âmbito neurológico, o ato de fofocar ativa regiões do cérebro ligadas à empatia e à tomada de decisões, liberando substâncias como dopamina e oxitocina, que proporcionam bem-estar. Isso explica por que essa prática é tão comum e persistente.
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Embora traga benefícios sociais e evolutivos, a fofoca também pode ser prejudicial quando conduzida de maneira mal-intencionada. Informações distorcidas ou exageradas podem gerar desconfiança, conflitos e até estresse emocional.
Ao destacar as funções positivas e os riscos associados, o estudo sugere que a fofoca, quando utilizada de forma responsável, pode ser um importante instrumento para fortalecer laços sociais e promover a coesão em grupos humanos.