O sistema de coordenadas geográficas, baseado em linhas imaginárias de latitude e longitude, permite identificar qualquer ponto da superfície terrestre. A latitude zero corresponde à linha do Equador, enquanto a longitude zero foi definida, em 1884, no meridiano que atravessa o Observatório Real de Greenwich, em Londres. A interseção desses dois referenciais resultou no chamado “ponto zero da Terra”, situado nas coordenadas 0ºN, 0ºE.
Mas o que existe exatamente nesse ponto? A resposta é pouco glamourosa: ele está localizado em pleno Golfo da Guiné, no Oceano Atlântico, e não há qualquer ilha natural ou formação terrestre no local. O único marco físico é uma boia meteorológica, chamada Estação 13010 – Soul, integrante do sistema internacional PIRATA, que coleta dados climáticos como temperatura da água, velocidade do vento e umidade.
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A ausência de elementos visíveis deu origem à chamada “Ilha Nula” (Null Island), uma invenção de geógrafos do projeto Natural Earth. Trata-se de uma ilha fictícia de 0,93 m², criada como recurso técnico para serviços de mapeamento digital. Em sistemas de geocodificação, quando há erro na definição de coordenadas, os dados são redirecionados automaticamente para esse ponto imaginário.
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Apesar de não existir de fato, a Ilha Nula acabou se transformando em uma curiosidade da cartografia moderna, com direito a representações digitais e até uma bandeira simbólica, tornando-se referência para entender os bastidores da geolocalização.