Um impostor usou inteligência artificial para simular a identidade de Marco Rubio, atual secretário de Estado dos EUA, em uma tentativa sofisticada de obter acesso a informações confidenciais. A revelação veio à tona após um memorando interno do Departamento de Estado, obtido pelo jornal Washington Post, que detalha a ação fraudulenta realizada em junho deste ano.
O golpista criou uma conta falsa de Rubio no aplicativo de mensagens criptografadas Signal, combinando o uso de um e-mail forjado com recursos avançados de IA capazes de imitar com precisão tanto a voz quanto o estilo de escrita do secretário. A intenção, segundo o documento, era enganar autoridades americanas e estrangeiras para obter informações sensíveis ou acesso a contas protegidas.
Entre os alvos identificados estavam três ministros das Relações Exteriores, um congressista dos EUA e um governador — cujos nomes não foram divulgados. Em dois casos, o impostor chegou a deixar mensagens de voz com a falsa identidade, e, em outro, enviou convites para conversas no próprio aplicativo.
Além de Rubio, outros funcionários do Departamento de Estado também foram personificados por e-mails fraudulentos, indicando uma possível campanha orquestrada de engenharia social.
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Departamento investiga
O Departamento de Estado confirmou o incidente e afirmou estar conduzindo uma investigação rigorosa, além de reforçar seus protocolos de segurança. Até o momento, não há confirmação de que algum dos alvos tenha efetivamente sido enganado a ponto de fornecer informações confidenciais.
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Golpes semelhantes em alta
Este não é um caso isolado. Em abril, uma campanha de phishing atribuída a agentes russos envolveu um falso funcionário do Departamento de Estado, que mirou jornalistas e ativistas no Leste Europeu. Já em maio, o FBI emitiu um alerta sobre o uso crescente de IA por cibercriminosos para simular vozes de membros do governo — incluindo um episódio em que golpistas tentaram se passar pela chefe de gabinete de Donald Trump.
O uso do Signal, popular entre altos funcionários do governo americano por sua segurança, também foi citado no relatório. Em março, o aplicativo esteve no centro de outra controvérsia: o jornalista Jeffrey Goldberg afirmou ter sido incluído em um grupo onde se discutiam assuntos militares confidenciais. O caso levou à exoneração de Mike Waltz, então conselheiro de Segurança Nacional, que mais tarde foi nomeado embaixador.
O episódio recente reacende preocupações sobre o uso indevido de IA para fins de manipulação política e acesso a dados sensíveis, especialmente em um ano eleitoral nos Estados Unidos.