Cientistas da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos, descobriram algo fascinante sobre o lagarto Anolis aquaticus. Essa espécie possui a capacidade de criar uma bolha especial com suas narinas, permitindo que respire debaixo d’água e escape de predadores terrestres. Os pesquisadores publicaram os detalhes dessa pesquisa na revista Biology Letters.
Embora a existência dessas bolhas já fosse conhecida, os cientistas ainda tinham dúvidas sobre suas funções exatas e quanto tempo o lagarto poderia permanecer submerso. Para investigar, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos. Eles queriam saber se as bolhas realmente ajudam na respiração ou se são apenas um subproduto das propriedades da pele dos lagartos. Um dos testes envolveu aplicar uma substância que impedia a formação de bolhas na pele dos animais.
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A líder do projeto, Lindsey Swierk, explicou que a pele do lagarto é hidrofóbica, fazendo com que o ar grude e forme a bolha. No entanto, quando os pesquisadores cobriram a pele com um creme hidratante, o ar teve mais dificuldade em aderir, o que impactou negativamente a formação das bolhas. Os resultados mostraram que o grupo controle, que não teve a pele alterada, conseguiu permanecer submerso por 32% mais tempo do que os lagartos com bolhas prejudicadas. Os cientistas estimam que esses lagartos possam ficar submersos por mais de 20 minutos.
Além disso, Swierk destaca a importância desses resultados. “Isso é realmente significativo, porque é o primeiro experimento que mostra a relevância adaptativa das bolhas. Respirar bolhas permite que os lagartos fiquem debaixo d’água por mais tempo, onde podem escapar de muitos predadores”, afirmou.
A pesquisa continua
No entanto, a pesquisa continua. Swierk e sua equipe exploram se os lagartos usam as bolhas como uma “guelra física”, semelhante a algumas estruturas observadas em insetos. Essas guelras capturam o oxigênio que se difunde da água para o ar dentro da bolha, permitindo a respiração do animal. Contudo, é importante ressaltar que os répteis aquáticos costumam ser grandes demais para depender apenas do oxigênio que se difunde em uma bolha.
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Por fim, a pesquisadora Alexandra Martin, membro da equipe de Swierk, testa fatores como a oxigenação da água. Ela analisa como isso afeta o tempo de mergulho dos lagartos. Swierk afirma que essa pesquisa é empolgante, pois ainda há muito a aprender sobre o uso de bolhas em vertebrados.
Confira aqui o vídeo que mostra o lagarto criando a bolha em suas narinas.
