Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Western University, no Canadá, concluiu que lobos ainda veem as pessoas como a maior ameaça em seu ecossistema.
Segundo informações do portal Arstechnica, a pesquisa surgiu após o Parlamento Europeu, em maio deste ano, mudar o status dos lobos na União Europeia de “estritamente protegidos” para apenas “protegidos”.
Para constatar se os lobos realmente perderam o medo das pessoas, os biólogos Liana Zanette e Michael Clinchy instalaram 24 câmeras com sensores sonoros na Floresta de Tuchola, no norte da Polônia.
Após a reintrodução da espécie no país nos anos 1990, a população de lobos cresceu para cerca de 4.300 indivíduos em 2022, com mais de 15 alcateias vivendo apenas na Tuchola Forest. Os resultados mostraram que os lobos reagiam de forma tranquila ao som dos pássaros, mas ficavam mais inquietos diante dos latidos de cães.
Todavia, o som de pessoas conversando provocou a reação mais intensa: os lobos fugiram duas vezes mais rápido e com o dobro de frequência em comparação com os outros sons.
Segundo Clinchy, esse padrão reflete pesquisas anteriores na África, nas quais espécies como leopardos e hienas demonstraram temer os humanos mais do que leões. “Somos os superpredadores. Matamos em taxas muito mais altas do que qualquer outro predador na Terra”, explicou Zanette.
++ Mulher celebra fim da quimioterapia e emociona ao pedir buzinaço: “Eu venci”
Apesar do temor comprovado, os pesquisadores alertam que o aumento dos encontros entre lobos e pessoas está relacionado não à falta de medo, mas à busca por alimento fácil. “Temos uma enorme quantidade de comida disponível, de alta qualidade, e isso atrai lobos famintos que assumem o risco de se aproximar”, afirmou Zanette.
