O que era para ser apenas mais um voo internacional se transformou em uma corrida contra o tempo. A bordo de uma aeronave que partia de Entebbe, em Uganda, rumo a Amsterdã no dia 29 de abril, o cardiologista norte-americano Dr. TJ Trad protagonizou um momento dramático ao salvar a vida de um passageiro com sinais de infarto.
De acordo com o jornal O Globo, Trad — que retornava de uma missão humanitária — foi acordado pela tripulação após um homem relatar dor torácica intensa. Ao avaliar o paciente, encontrou um quadro preocupante: suor excessivo, dor no peito com nota máxima e sinais de instabilidade.
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Sem acesso a equipamentos hospitalares, o médico utilizou um eletrocardiograma portátil, o KardiaMobile — dispositivo do tamanho de um cartão de crédito que, ao detectar anomalias no ritmo cardíaco, transmite os dados via Bluetooth para análise em tempo real. Com ajuda da tecnologia, Trad identificou sinais claros de infarto.
Improvisando em pleno voo
Com apenas três assentos à disposição, o cardiologista criou uma espécie de UTI improvisada. Deitou o paciente, elevou suas pernas para melhorar a circulação e iniciou o monitoramento com auxílio de um aparelho de 12 derivações. Além disso, administrou cinco medicamentos padrão para casos de infarto, estabilizando o quadro em cerca de 45 minutos.
Durante o atendimento, o comandante entrou em contato com profissionais em solo e cogitou um pouso emergencial na Tunísia. Trad, no entanto, garantiu que o paciente estava fora de risco imediato, permitindo a continuação da viagem até Amsterdã.
Final feliz
A companhia aérea KLM confirmou à CNN que o voo pousou normalmente no aeroporto Schiphol, onde uma ambulância aguardava o passageiro. Segundo a esposa do paciente, ele está se recuperando bem após atendimento hospitalar.
O episódio destaca não apenas a importância de profissionais capacitados em situações inesperadas, mas também o papel crescente da tecnologia portátil na medicina de emergência — que, neste caso, ajudou a salvar uma vida a 10 mil metros de altitude.