Médicos são condenados por abandonar paciente com hemorragia para sair e beber

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Dois médicos na Malásia foram condenados a pagar uma indenização de RM6 milhões (cerca de R$ 7,5 milhões) à família de Punitha Mohan, uma mulher de 36 anos que faleceu em 2019 após complicações decorrentes de uma hemorragia pós-parto. O caso, ocorrido em uma clínica particular na cidade de Klang, levantou questionamentos sobre a conduta ética e profissional dos envolvidos.

Segundo a decisão do Tribunal Superior de Klang, os médicos Muniandi Shanmugam e Akambaram Ravi, junto a três enfermeiras, foram considerados responsáveis pela morte de Mohan. A juíza Norliza Othman destacou que a hemorragia pós-parto, embora seja uma complicação comum, exige ação médica rápida e eficaz, o que não foi garantido pelos profissionais.

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O incidente aconteceu em janeiro de 2019, logo após o nascimento do segundo filho de Mohan. Durante o parto, realizado na Clínica e Centro de Parto Shan, a paciente foi atendida inicialmente por um dos médicos, mas sua condição começou a se agravar pouco depois. Testemunhas relataram que a mãe de Mohan percebeu que algo estava errado ao ouvir os gritos da filha e encontrou a jovem perdendo sangue em grande quantidade.

De acordo com documentos apresentados no julgamento, o Dr. Ravi teria informado à família sobre a necessidade de um procedimento manual para a retirada da placenta, mas tranquilizou os familiares antes de deixar o hospital. Em seu depoimento, ele alegou que saiu “para buscar uma bebida” e afirmou que retornaria rapidamente.

O outro médico envolvido, Dr. Shanmugam, também deixou a paciente sob os cuidados das enfermeiras após o parto. Somente quase duas horas depois, a equipe acionou um hospital próximo para socorro, mas Mohan não resistiu e faleceu durante uma cirurgia.

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A condenação determina que os médicos paguem uma indenização que inclui RM1 milhão para cada um dos dois filhos de Mohan. A juíza ressaltou que o desfecho trágico poderia ter sido evitado com a devida atenção por parte dos responsáveis. “Os profissionais de saúde têm o dever de agir com diligência, especialmente em situações críticas”, afirmou Norliza.

O caso gerou ampla repercussão e reforçou o debate sobre a importância da responsabilidade médica, especialmente em situações de risco como a hemorragia pós-parto, cuja mortalidade pode ser reduzida com intervenções oportunas e adequadas.

 

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