Monte Rinjani, onde brasileira morreu após trilha, tem histórico de acidentes fatais

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O Monte Rinjani, na Indonésia, voltou ao centro das atenções após a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu de um penhasco durante uma trilha no último sábado (21). A jovem, natural de Niterói (RJ), estava em mochilão pela Ásia quando sofreu o acidente, tornando-se a sexta vítima fatal registrada na área desde dezembro de 2021.

Juliana fazia parte de um grupo com outros cinco turistas e um guia local. No segundo dia da trilha, cansada, decidiu parar para descansar. Segundo a família, o guia seguiu em frente e a deixou sozinha. Desorientada e isolada, ela caiu em um desfiladeiro. O corpo só foi localizado mais de 600 metros abaixo da trilha, após mais de três dias de buscas.

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Trilha desafiadora e perigos naturais

Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Suas trilhas são famosas por atrair aventureiros em busca de paisagens deslumbrantes, mas também são conhecidas pelo alto grau de dificuldade.

“É uma escalada perigosa, especialmente para iniciantes”, explica Astudestra Ajengrastri, editora da BBC na Ásia. “A maioria começa a subida por volta das 2h da manhã, com lanternas simples. Se há neblina, os penhascos tornam-se invisíveis. E quando chove, o solo escorregadio se torna um grande risco.”

Além da altitude, as trilhas envolvem trechos íngremes, clima instável e longos trechos sem sinalização adequada. Muitos turistas também se aventuram com equipamentos inadequados ou fora das rotas oficiais.

Acidentes recorrentes

Desde 2021, outros cinco acidentes fatais foram registrados:

  • Dezembro de 2021: um montanhista de 26 anos, de Surabaya, morreu após cair em um desfiladeiro de 100 metros na trilha de Senaru.

  • Agosto de 2022: o português Boaz Bar Anam, de 37 anos, caiu do cume do Rinjani ao tentar tirar uma selfie. O corpo só foi recuperado três dias depois.

  • Junho de 2024: a suíça Melanie Bohner morreu ao escorregar em uma trilha ilegal na região do Bukit Anak Dara. Estava sozinha e fora das rotas autorizadas.

  • Setembro de 2024: um escalador de Jacarta desapareceu em um penhasco e foi encontrado morto dias depois com o auxílio de drones térmicos.

  • Maio de 2025: o malaio Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos, caiu em uma ravina de até 100 metros durante a descida pela trilha de Banyu Urip, na rota de Torean.

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Apelo turístico e riscos persistentes

Apesar dos alertas, o Monte Rinjani segue como um dos destinos mais populares da Indonésia. Turistas relatam a trilha como “desafiadora” e “recompensadora”, enquanto especialistas cobram mais fiscalização e preparação para evitar novas tragédias.

A última erupção do Rinjani ocorreu em 2016, quando cerca de 400 pessoas precisaram ser evacuadas — outro lembrete dos perigos naturais do local. Agora, com a morte de Juliana Marins, crescem os questionamentos sobre a segurança nas trilhas e a responsabilidade de guias e autoridades locais na proteção de visitantes.

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