Morre aos 100 anos indígena Karajá que estampou nota de 1.000 cruzeiros

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A anciã Djidjuke Karajá, da aldeia Hãwalo, em Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal (TO), faleceu no último dia 11 de agosto, aos 100 anos. Djidjuke ficou nacionalmente conhecida por ter estampado, ao lado de Koixaru Karajá, a edição especial das notas de 1.000 cruzeiros lançadas em 1990, que homenageavam os povos indígenas do Brasil.

Pajé desde a infância

Nascida em 1925, Djidjuke foi reconhecida ainda criança como pajé, algo raro entre as mulheres de sua geração. Segundo familiares, ela dedicou toda a vida à medicina tradicional, oferecendo cuidados com ervas e plantas medicinais a quem a procurava. Além disso, mantinha amplo conhecimento sobre cerâmica, artesanato e a confecção das tradicionais bonecas Ritxoko, símbolos da cultura Karajá.

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Símbolo cultural

A pintura facial característica que utilizava em cerimônias tornou-se uma de suas marcas pessoais. Para familiares, Djidjuke era lembrada como uma mulher sorridente, alegre e guardiã de saberes que repassou às novas gerações. “Com 100 anos e sete meses, ela partiu deixando um legado de sabedoria, cura e cultura”, disse uma parente.

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Reconhecimento e homenagens

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) destacou o papel da anciã como liderança e guardiã dos conhecimentos tradicionais. O Distrito Sanitário Especial Indígena Araguaia (DSEI Araguaia) também lamentou a perda e ressaltou sua importância para a comunidade local.

“Que sua história, sabedoria e legado permaneçam vivos na memória de seu povo e inspirem as futuras gerações”, afirmou Labé Kàlàriki Karajá, coordenador do DSEI Araguaia.

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