Um novo estudo desafia a hipótese de que os hominídeos ancestrais usavam palitos de dente. Ao questionar dezenas de pesquisa anteriores, os autores alertam que é preciso cautela ao formular suposições sobre o comportamento humano primitivo.
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O estudo, publicado na revista científica American Journal of Biological Anthropology, buscou esses vestígios em outros primatas. A equipe examinou mais de 531 dentes de 27 indivíduos, tanto de espécies vivas como extintas, para entender se palitar a dentição é a única origem para esses traços.
“Juntas, essas descobertas podem ajudar a reformular a maneira como interpretamos o registro fóssil e levantar novas questões sobre as maneiras exclusivamente humanas como nossos dentes são afetados hoje”, escreveram os autores em um artigo de divulgação no site The Conversation.
As análises revelaram que os entalhes na gengiva estavam presentes em apenas 4% dos indivíduos estudados. Lesões em primatas, em um orangotango, por exemplo, eram semelhantes às “marcas de palito de dente” nos restos mortais humanos. No entanto, a equipe notou que os sujeitos vivos dessas espécies não palitam os dentes.
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“Mastigação natural, alimentos abrasivos ou até mesmo areia engolida podem produzir padrões semelhantes. Em alguns casos, comportamentos especializados, como arrancar vegetação com os dentes, também podem contribuir. Portanto, precisamos ser cautelosos ao interpretar cada sulco fóssil como uma ação deliberada de palitar os dentes”, escreveram os pesquisadores.