A extinção do Gigantopithecus blacki permanece como um dos maiores mistérios da paleontologia. Afinal, como um primata de porte tão imponente desapareceu em uma era em que outros membros da mesma família conseguiam se adaptar e prosperar?
Para Yingqi Zhang, paleontólogo e principal autor de um estudo do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia (IVPP), ligado à Academia Chinesa de Ciências, entender o sumiço da espécie se tornou o verdadeiro “Santo Graal” da área.
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O IVPP investiga fósseis do Gigantopithecus há mais de uma década na região de Guangxi, no sul da China. No entanto, até pouco tempo, os cientistas careciam de uma datação precisa e de uma análise detalhada do ambiente onde esses animais viviam — o que dificultava a compreensão de sua extinção.
Recentemente, a equipe coletou vestígios em 22 cavernas distribuídas por essa vasta região. A partir desses materiais, foi possível concluir que o desaparecimento do Gigantopithecus ocorreu muito antes do que se imaginava.
Segundo os especialistas, mudanças ambientais e climáticas drásticas foram os principais fatores que levaram à extinção da espécie. Dessa forma, as novas evidências indicam que o colapso do habitat foi mais determinante do que a competição com outros primatas ou limitações biológicas internas.
Essas descobertas oferecem uma perspectiva mais clara sobre os desafios enfrentados por essas criaturas gigantescas e, além disso, ajudam a esclarecer um capítulo ainda obscuro da evolução dos primatas.