Um estudo realizado pela Universidade de Sydney, na Austrália, trouxe novas descobertas sobre o que determina a pelagem laranja em gatos. O responsável por essa característica é o gene Arhgap36, que até recentemente era associado apenas ao desenvolvimento dos folículos capilares. Agora, ficou evidente que ele também desempenha um papel na formação dos pigmentos que resultam na tonalidade alaranjada.
Os cientistas identificaram uma mutação específica nesse gene que ativa a coloração laranja nos pelos. O apelidado “gene Orange” não altera diretamente a proteína que ele produz, mas modifica o momento e o local em que ela é ativada no corpo do gato, resultando na característica tonalidade.
Embora essa seja uma descoberta moderna, os primeiros passos para compreender a herança genética dessa coloração remontam a 1912. Naquele ano, o geneticista Clarence Cook Little propôs que a cor laranja estava relacionada a um fator ligado ao cromossomo X.
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A teoria de Little explicou por que há uma prevalência maior de machos laranja em relação às fêmeas. Como os machos possuem apenas um cromossomo X, basta herdarem a forma alterada do gene Orange para apresentarem a coloração. Por outro lado, as fêmeas precisam herdar a alteração em ambos os cromossomos X, o que reduz a probabilidade de nascerem laranjas.
Os dados refletem essa diferença: enquanto cerca de 20% dos gatos machos possuem a pelagem laranja, apenas 4% das fêmeas apresentam essa característica.
Para validar a descoberta, os pesquisadores analisaram amostras genéticas de 188 gatos. Em uma etapa posterior, ampliaram a análise para um grupo maior, de 250 animais, reforçando os resultados iniciais. As conclusões do estudo foram disponibilizadas na plataforma BioRxiv, permitindo que outros especialistas possam avaliar e contribuir com o avanço dessa pesquisa.
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Esse avanço não apenas aprofunda nosso conhecimento sobre a genética dos gatos, mas também ajuda a compreender melhor os processos que envolvem coloração em outros mamíferos.