O Monte Everest, a montanha mais alta do planeta, guarda um intrigante mistério. No seu topo, foram encontrados fósseis de animais marinhos em um tipo de rocha sedimentar conhecido como calcário de Qomolangma. Diante disso, muitos passaram a questionar: será que o topo do Monte Everest já esteve, de fato, no fundo do mar?
Para entender isso, é preciso, inicialmente, voltar no tempo. Esses fósseis datam do Período Ordoviciano, que ocorreu há cerca de 400 milhões de anos. Nesse período, o mundo era muito diferente. Trilobitas, braquiópodes, ostracodes e crinóides habitavam as águas — organismos que hoje estão extintos. Assim, a presença desses fósseis não indica uma inundação. Ao contrário, ela revela uma história geológica fascinante relacionada às placas tectônicas.
++ Descoberta inédita: bolhas de plasma são detectadas sobre as pirâmides de Gizé
A maioria das rochas sedimentares se origina da erosão causada pela água. Ao longo de milhares ou até milhões de anos, a água molda e fragmenta os minerais. A existência de rochas sedimentares no Everest sugere que, em tempos remotos, essa área esteve debaixo do oceano. Entretanto, a narrativa não se encerra aqui. O que elevou o Everest a seus 8.849 metros foi a colisão das placas tectônicas da Eurásia e da Índia, que teve início há aproximadamente 40 a 50 milhões de anos.
++ Nasa revela registros do Himalaia visto do espaço; confira
Essa interação resultou em uma dança geológica complexa. As duas placas se chocaram, e, em vez de uma ser subduzida, ambas se elevaram. Isso aconteceu devido à sua baixa densidade e alta flutuabilidade. Como resultado, formou-se a cordilheira do Himalaia e o platô tibetano. Portanto, as criaturas que uma vez habitavam as profundezas do oceano foram, assim, erguidas junto com as montanhas. Assista aqui uma explicação.