Um estudo recente trouxe novas evidências sobre a origem da praga que provocou a Grande Fome na Irlanda durante o século 19, uma crise que deixou mais de um milhão de mortos e forçou a emigração em massa. A pesquisa aponta que o fungo Phytophthora infestans, responsável pela destruição das plantações de batata, teria surgido na região dos Andes, na América do Sul.
A investigação foi conduzida por uma equipe liderada pela professora Jean Ristaino, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, que realizou análises genômicas detalhadas do patógeno e de linhagens relacionadas. Segundo os pesquisadores, os dados genéticos sugerem uma ancestralidade mais antiga nos Andes, reforçando relatos históricos de que a doença já era conhecida entre populações indígenas andinas antes de alcançar a Europa.
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Os resultados, publicados na revista científica PLOS One, mostram que as linhagens modernas do fungo apresentam uma história complexa, com cruzamentos entre populações dos Andes, México e Europa. Apesar dessa diversidade genética, o estudo indica que as linhagens mexicanas são mais recentes, corroborando a hipótese de que a praga tenha se originado nos Andes e se espalhado posteriormente.
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“A genética não mente. O DNA aponta claramente para a ancestralidade andina”, afirmou a professora Ristaino. Ela destacou que compreender o local de origem de um patógeno é essencial para desenvolver estratégias de resistência e controle.
A descoberta lança nova luz sobre as raízes de uma das maiores tragédias humanas do século 19 e reforça a importância da pesquisa genética para desvendar eventos históricos e prevenir futuros desastres agrícolas.