Um estudo recente publicado no Brazilian Journal of Psychiatry sugere que a mediunidade pode ter uma base genética. Coordenada pelo professor Wagner Farid Gattaz, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa analisou diferenças genéticas entre médiuns e seus familiares próximos que não apresentam a mesma habilidade.
A equipe comparou o material genético de 54 médiuns com o de 53 parentes de primeiro grau, buscando padrões que pudessem estar associados à mediunidade. Segundo os pesquisadores, foram identificadas quase 16 mil variantes genéticas que podem impactar mais de 7 mil genes. Alguns desses genes estão ligados ao sistema imunológico e inflamatório, além de apresentarem conexão com a glândula pineal, estrutura do cérebro historicamente associada a experiências espirituais.
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“Nosso estudo identificou genes que aparecem em médiuns, mas não em seus familiares com o mesmo histórico cultural e religioso”, afirmou Gattaz. “Isso sugere que determinados fatores genéticos podem estar envolvidos no desenvolvimento da mediunidade”.
Os participantes selecionados praticavam a mediunidade regularmente e não recebiam qualquer tipo de remuneração por suas atividades. O critério de comparação genética entre médiuns e familiares visou reduzir influências externas, como diferenças socioculturais e ambientais.
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Apesar dos achados, os pesquisadores ressaltam que a genética não é um fator determinante para a mediunidade, mas sim um possível componente. “Esses genes são candidatos para futuras investigações. O que identificamos são pistas que podem ajudar a entender melhor as bases biológicas das experiências mediúnicas”, concluiu Gattaz.