A fuga de Inky, um polvo neozelandês, despertou a atenção acerca de como esses animais marinhos se tornam rápidos na solução de seus próprios problemas. Todavia, isso levantou questionamentos acerca de se os polvos possuem consciência.
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De acordo com Peter Godfrey-Smith, professor de história e filosofia da ciência da Universidade de Sydney, na Austrália, o termo “consciência” neste contexto significa “como é ser aquele animal”.
Porém, a vida de um polvo obviamente se torna totalmente diferente no ponto de vista humano. Como exemplo, os braços do polvo possuem mais autonomia que nossos braços e pernas. Enquanto cada braço do polvo tem o seu próprio cérebro em miniatura, o nosso sistema nervoso é altamente centralizado, o cérebro é o núcleo da integração.
“Um dos nossos desafios reais é tentar descobrir como poderão ser as experiências em um tipo de sistema menos centralizado, menos integrado”, afirma Godfrey-Smith. “No caso do polvo, as pessoas às vezes perguntam se podem estar presentes diversas consciências. Acho que é apenas uma consciência por polvo, mas pode haver uma espécie de fragmentação parcial, ou apenas algum tipo de desarticulação”, explica.
Segundo o professor, mesmo difícil, é possível entender se os polvos têm consciência e como seria, caso tivessem. “Nós só precisamos pensar sobre isso, trabalhar e tentar formar um quadro”, diz.
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Uma chance é que a consciência de um polvo evolua com os comportamentos. “Existem algumas coisas que as pessoas pensam, pelo menos entre os seres humanos, que não é possível fazer inconscientemente”, explica Godfrey-Smith. “Elas incluem a reação inteligente à novidade”, acrescenta.