Primeiras chuvas após seca exigem cuidados devido à alta concentração de poluentes

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Primeiras chuvas após seca trazem riscos à saúde urbana. (Foto: Osman Rana / Unsplash)

Após períodos prolongados de seca, as primeiras chuvas podem representar riscos à saúde devido à grande quantidade de poluentes acumulados na atmosfera. Quando a chuva retorna, as gotas capturam essas partículas — como metais pesados, compostos químicos e agentes infecciosos — e as trazem para o solo, funcionando como um mecanismo natural de limpeza do ar. Segundo o professor Micael Cecchini, da USP, essas precipitações iniciais carregam grande carga de impurezas, o que exige atenção redobrada da população.

Em áreas urbanas e industriais, a chuva ácida é mais comum. Esse fenômeno ocorre quando poluentes como óxidos de enxofre e nitrogênio se misturam com a água da chuva, formando ácidos que reduzem o pH da água. Mesmo em regiões rurais, a presença de fábricas pode contribuir para esse tipo de precipitação.

Durante e após essas chuvas, especialistas recomendam evitar contato com enxurradas, poças e áreas alagadas. A água da chuva não deve ser usada para consumo ou higiene sem tratamento adequado. É essencial lavar bem as mãos após qualquer exposição e não realizar atividades recreativas sob a chuva, mesmo que ela pareça fraca. Em casos de enchentes, o uso de luvas e botas é fundamental para limpeza, e é importante monitorar sintomas como febre, vômitos, tosse, diarreia, irritações ou lesões na pele. Crianças, por sua tendência a brincar com a água acumulada, precisam de atenção redobrada. Qualquer sinal de problema deve ser avaliado por um médico.

O médico epidemiologista William Schwartz, do Hospital Santa Lúcia, alerta que essas chuvas podem conter vírus e bactérias, elevando os casos de infecções respiratórias, dermatológicas e gastrointestinais. Esses riscos não se limitam a países com infraestrutura deficiente; mesmo regiões desenvolvidas, com forte presença industrial, enfrentam o problema.

Grupos mais vulneráveis incluem pessoas com doenças respiratórias como asma e DPOC, crianças, idosos, imunossuprimidos, portadores de doenças crônicas e populações em situação de vulnerabilidade. Para esses grupos, é recomendado evitar atividades ao ar livre durante chuvas fortes e acompanhar a qualidade do ar.

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