Proibida e silenciada: A história por trás de ‘Cálice’, a música que desafiou a ditadura

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Durante sua turnê “Tempo Rei”, que começou em Salvador, Gilberto Gil utilizou as redes sociais para compartilhar detalhes pouco conhecidos sobre a criação de Cálice, canção que se tornaria um símbolo da resistência à ditadura militar no Brasil. Composta em 1973 ao lado de Chico Buarque, a música nasceu de um convite da gravadora Polygram para uma apresentação conjunta no festival Phono 73, mas acabou sendo silenciada pelo regime.

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Em sua publicação, Gil relembrou que a ideia inicial surgiu na Sexta-feira Santa, inspirado pela passagem bíblica em que Jesus pede: “Pai, afasta de mim este cálice”. No dia seguinte, ao se encontrar com Chico em seu apartamento no Rio de Janeiro, a dupla percebeu o duplo sentido da palavra “cálice”, que, cantada, remetia a “cale-se”, um grito sufocado pela censura. A partir desse jogo de palavras, os dois estruturaram a música com versos que falavam sobre repressão e silenciamento.

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Quando subiram ao palco do Phono 73 para apresentar a canção, os microfones foram cortados assim que começaram a cantar. Para Gil, o veto já era esperado, mas a decisão de desafiar a proibição fez daquele momento um marco da resistência artística no país. Mesmo censurada, Cálice atravessou gerações e segue sendo um dos maiores símbolos da luta pela liberdade de expressão no Brasil.

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