O rei Charles III atingiu um marco financeiro inédito em 2025 ao ultrapassar, com folga, a fortuna pessoal deixada por sua mãe, a rainha Elizabeth II. Segundo a tradicional “Rich List”, publicada pelo jornal The Sunday Times, o monarca britânico possui hoje um patrimônio estimado em US$ 850 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões), frente aos US$ 770 milhões registrados no ano anterior.
Embora ainda esteja fora do grupo dos dez britânicos mais ricos, o crescimento do patrimônio de Charles chama atenção até mesmo entre os chamados ultrarricos. Para efeito de comparação, Elizabeth II — que reinou por 70 anos e morreu em 2022 — deixou uma fortuna avaliada em US$ 486 milhões.
Origem da riqueza
Grande parte dos recursos do rei vem do Ducado de Lancaster, um portfólio privado de propriedades e investimentos que inclui imóveis urbanos e rurais, terras agrícolas e ativos comerciais. A renda vem principalmente do aluguel de imóveis e da concessão de espaços a órgãos públicos e empresas privadas.
O Ducado da Cornualha, que hoje é administrado por seu filho, o príncipe William, segue estrutura semelhante e também é fonte relevante de receita para a família real britânica.
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Lucro com bens públicos gera críticas
O crescimento da fortuna do monarca, no entanto, não ocorre sem polêmicas. Uma investigação conjunta do The Sunday Times com o programa Dispatches, do Channel 4, questionou a relação entre os bens da realeza e o uso de recursos públicos.
Entre os casos mais emblemáticos, está um contrato de US$ 14 milhões com o sistema público de saúde britânico (NHS), que passou a pagar aluguel para estacionar ambulâncias elétricas em um galpão pertencente ao Ducado de Lancaster. A informação foi revelada pelo jornal The Independent.
Essas denúncias reacenderam o debate sobre transparência, privilégio e responsabilidade fiscal dentro da monarquia — especialmente em tempos de crise econômica no Reino Unido.
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Gestão ativa e moderna
Apesar das controvérsias, analistas apontam que a gestão financeira de Charles III tem sido marcada por eficiência e estratégia. Segundo a revista L’Officiel, o rei tem atuado como um “CEO da monarquia”, transformando a Casa Real não apenas em um símbolo de tradição, mas em um império econômico moderno e altamente rentável.