Glasgow será a primeira cidade no Reino Unido a receber um centro oficial para consumo supervisionado de drogas, medida anunciada como parte de um esforço para enfrentar os altos índices de mortalidade por overdose na região. Apesar de as substâncias permanecerem ilegais, o espaço contará com profissionais de saúde e assistência social para reduzir danos e oferecer suporte aos usuários.
A proposta, originalmente apresentada em 2016 após um surto de HIV na cidade, enfrentou anos de resistência política e jurídica. Apenas recentemente, um parecer do advogado-geral da Escócia garantiu que usuários do centro não seriam processados por posse de drogas, permitindo a implementação do projeto.
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O centro, localizado próximo a áreas com alto consumo de substâncias, funcionará diariamente, das 9h às 21h. O objetivo é criar um ambiente seguro onde os usuários possam injetar drogas adquiridas externamente, sob supervisão especializada. Além de minimizar os riscos de infecções, overdose e descarte inadequado de seringas, o espaço busca conectar os dependentes a tratamentos e serviços de saúde.
Andrew McAuley, especialista em saúde pública e consultor do NHS, explicou: “Consumir drogas em locais públicos é perigoso devido à falta de higiene e ao risco de infecções e ferimentos graves. Um centro supervisionado transfere esses riscos para um ambiente controlado e seguro, beneficiando tanto os usuários quanto a comunidade.”
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A iniciativa surge em resposta a dados alarmantes sobre mortalidade por overdose. Em 2023, a Escócia registrou 1.172 mortes relacionadas a drogas, o maior índice da Europa. Quase um quarto dessas fatalidades ocorreu em Glasgow.
Embora o governo britânico tenha afirmado que não pretende alterar as leis sobre drogas, a abertura do centro reflete um esforço por medidas mais pragmáticas de saúde pública. Especialistas acreditam que a iniciativa pode ser um passo importante para reduzir os impactos do consumo desassistido e abrir caminho para estratégias mais eficazes no combate à dependência química.