Um número alarmante de acidentes fatais envolvendo elefantes e trens levou o Sri Lanka a adotar uma medida incomum: alterar o cronograma ferroviário noturno e reformular a operação dos trens que cruzam áreas de preservação ambiental.
A decisão vem após anos de tragédias envolvendo colisões com os gigantes da floresta — 138 elefantes morreram em acidentes com trens nos últimos 17 anos, sendo o pior deles responsável pela morte de sete animais de uma só vez, próximo à reserva de Habarana, no norte do país.
A situação se agravava principalmente à noite, quando a visibilidade era reduzida e os animais cruzavam trilhos em busca de alimento ou deslocamento entre florestas. Por isso, as autoridades do transporte e da vida selvagem decidiram agir em conjunto.
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Segundo o porta-voz da companhia ferroviária, V. S. Polwattage, alguns trens que circulavam durante a noite em áreas críticas tiveram os horários ajustados ou foram suspensos. Além disso, composições mais modernas e equipadas com sistemas de frenagem eficientes passaram a operar nessas rotas, justamente para evitar tragédias.
As ações não pararam por aí. “Estamos limpando a vegetação próxima aos trilhos para que os condutores tenham maior visibilidade e possam reduzir a velocidade ao notar a presença de animais”, explicou Polwattage.
Do lado da conservação ambiental, outras iniciativas também estão em curso. O diretor do Departamento de Conservação da Vida Selvagem, Manjula Amararathna, afirmou que os espaços entre dormentes (as madeiras sob os trilhos) estão sendo preenchidos para evitar que os elefantes prendam as patas ao tentar atravessar os trilhos.
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Sensores de movimento, iluminação com energia solar e alertas visuais também estão sendo instalados ao longo dos trechos mais sensíveis. “Nosso objetivo é garantir que os animais possam atravessar com segurança, sem ameaçar suas vidas nem colocar os trens em risco”, afirmou Amararathna.
A medida é um passo importante para preservar a vida selvagem do Sri Lanka, país que abriga uma das maiores populações de elefantes asiáticos do mundo — e onde o equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a proteção ambiental ainda é um desafio constante.