A pequena nação de Tuvalu, localizada na Polinésia, tomou uma medida inédita para enfrentar os impactos devastadores das mudanças climáticas: criar uma versão digital de si mesma no metaverso. A iniciativa surge como resposta à ameaça iminente de que suas ilhas sejam engolidas pelo aumento do nível do mar, um efeito colateral do aquecimento global que já está comprometendo terras, plantações e a água potável da região.
Durante a COP27, em 2022, Simon Kofe, ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, apresentou ao mundo o projeto “Digital Nation”. Por meio de uma prévia das ilhas digitalizadas, ele destacou a urgência da situação, lembrando que projeções indicam que o país poderá desaparecer fisicamente nas próximas décadas.
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No final de 2023, Kofe reforçou a relevância do projeto, convidando os moradores a contribuírem com memórias e itens pessoais para serem preservados no ambiente digital. Como parte do esforço, uma varredura 3D das 124 ilhas e ilhotas foi concluída, acompanhada da instalação de cabos submarinos e do planejamento de sistemas de identificação digital.
Embora os líderes de Tuvalu afirmem que o país se tornará a “Primeira Nação Digital do Mundo”, desafios jurídicos permanecem. O direito internacional exige que um país tenha território, fronteiras definidas e uma população permanente — condições que Tuvalu pode perder em breve.
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Além da preservação cultural e da identidade nacional no metaverso, o governo de Tuvalu também busca garantir o futuro de seus cidadãos. Em parceria com a Austrália, foi firmado um acordo de imigração que permitirá que até 280 moradores recebam vistos permanentes anualmente.
Enquanto a comunidade global debate soluções para a crise climática, Tuvalu segue como um símbolo de resiliência e inovação em tempos de adversidade, apostando na tecnologia para evitar que sua história seja apagada.