A Universidade de Auburn, nos Estados Unidos, realizou um feito inusitado ao unir tecnologia moderna e história. Pesquisadores da instituição conseguiram recriar uma prótese de mão renascentista do século 16 utilizando impressão 3D. A peça, conhecida como “Mão de Kassel”, foi originalmente feita de ferro e representava um avanço notável para amputados da época — agora, ela renasce como um modelo funcional impresso em plástico.
Coordenado pela historiadora Whitney E. L. Morgan e pelo engenheiro Chad Rose, o projeto interdisciplinar analisou uma das poucas próteses mecânicas sobreviventes da Europa renascentista. Usando softwares de design digital (CAD), a equipe reconstruiu minuciosamente a estrutura interna da prótese, que foi então impressa em ácido polilático (PLA), um material resistente, biodegradável e de fácil acesso.
Durante os testes, a réplica suportou até 9 kg — um feito impressionante para uma estrutura de plástico. O primeiro modelo, porém, teve sua alavanca danificada durante uma demonstração pública na Universidade do Alabama, o que levou os pesquisadores a chamarem o incidente de “Birmingham Break”. A falha, apesar de frustrante, resultou em melhorias no design e também aumentou a fidelidade histórica do dispositivo.
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A versão aprimorada foi testada com sucesso em sala de aula por estudantes, acompanhada de um vídeo explicativo sobre seu funcionamento. A iniciativa, que contou com apoio da Renaissance Society of America e de clínicas ortopédicas do Alabama, visa democratizar o acesso à história por meio da tecnologia.
Agora, os arquivos digitais da prótese foram disponibilizados gratuitamente, permitindo que qualquer pessoa com uma impressora 3D doméstica possa imprimir a sua própria versão da Mão de Kassel.
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Para os pesquisadores, mais do que reviver um artefato médico, o projeto lança luz sobre a vida de amputados no século 16. “Não estamos apenas falando de engenharia”, disseram. “Estamos falando de dignidade, adaptação e humanidade — temas que continuam tão relevantes hoje quanto há 500 anos.”