Ao longo de milênios, diferentes povos distintos dos quatro cantos do mundo desenvolveram a cultura da deformação artificial dos crânios, ao qual poderia ser para manter a posição de privilégio da família ou por devoção religiosa.
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Uma equipe de arqueólogos identificaram essa prática em povos ancestrais em todos os continentes habitados por humanos. De sítios na Itália à China, escavações revelaram restos mortais com crânios moldados, alguns datados de mais de 12 mil anos.
O antropólogo Matthew Velasco, professor na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, detalha as tradições de dois desses povos: os Collaguas e os Cavanas, vizinhos que habitavam o Vale do Colca, no Peru. Segundo a obra, entre 1100 e 1450 anos atrás, os Collaguas empregavam técnicas para moldar suas cabeças em um formato longo e estreito, enquanto os Cavanas preferiam crânios largos e achatados.
Essas modificações imitavam o desenho das montanhas andinas, sagradas para as duas culturas, que baseado nos registro de um escriba espanhol do século XVI, apresenta evidências da devoção de cada um dos povos.
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“Montanhas e objetos sagrados podiam ser plenamente tratados como pessoas. As montanhas, em particular, eram consideradas participantes vitais da sociedade e, como antropólogos, levamos essa ideia a sério, mesmo que pareça estranha”, explicou o pesquisador, em uma entrevista ao New York Times.