Poucas semanas depois de apresentar ao mundo o icônico conde Drácula, Bram Stoker deixou registrado, em palavras descontraídas, o impacto inicial de sua obra mais famosa. Em uma carta recentemente leiloada em Londres por 15 mil libras — cerca de R$ 100 mil —, o autor mostra-se espirituoso ao falar sobre seu recém-lançado romance gótico, lançado em 1897.
O bilhete, destinado a alguém identificado apenas como “Williams”, foi descrito como uma das primeiras menções diretas ao personagem que viria a se tornar um símbolo eterno do terror. “Envio-lhe Drácula e me honrei escrevendo seu nome nela… Senhor, me perdoe. Sou completamente desavergonhado”, escreveu Stoker, em tom brincalhão.
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A carta foi vendida pela Bayliss Rare Books e chama atenção por revelar um lado pouco conhecido do autor. Ao contrário do estilo sóbrio que costumava marcar sua correspondência, esse registro tem uma leveza inesperada. Para o livreiro Oliver Bayliss, o tom descontraído revela um criador que tinha plena consciência da ousadia de sua obra — e parecia se divertir com isso. “É teatral, atrevido e totalmente autêntico”, disse ao jornal The Guardian.
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A raridade permaneceu guardada por décadas em uma coleção particular nos Estados Unidos, de onde só saiu agora. O retorno da carta a Londres — mesma cidade onde Stoker trabalhava como gerente do Lyceum Theatre e onde Drácula foi publicado — reforça o valor histórico do achado.
Mais do que um simples bilhete, o manuscrito é visto como um tesouro por colecionadores de literatura, cinema e cultura pop. “Mais raro do que ver um vampiro à luz do dia”, definiu Bayliss.