Após conquistar o mundo com o sucesso de Round 6, o criador sul-coreano Hwang Dong-hyuk encerrou oficialmente a jornada de Seong Gi-hun na temporada final, lançada na última sexta-feira, 27, pela Netflix. A série, conhecida por seus jogos brutais e críticas sociais afiadas, ganhou um desfecho ousado — e o próprio Hwang comentou, em entrevista ao The Hollywood Reporter, por que tomou decisões tão marcantes para o fim da trama.
[Atenção: spoilers a seguir]
Gi-hun, o ex-endividado que sobreviveu ao massacre da primeira temporada, retorna com o objetivo de acabar com o sistema que destruiu tantas vidas. No entanto, em vez de triunfar, ele morre ao tentar salvar um bebê recém-nascido — filho da jogadora Jun-hee, morta nos jogos. A criança, que passa a usar o número 222, vence a competição.
Para Hwang, a decisão foi emocional e simbólica. “Quis correr um risco real, como a série sempre fez. A morte de Gi-hun representa a falência moral de um mundo que precisa ser refeito, e, ao mesmo tempo, a chance de uma esperança mais pura nascer”, disse.
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O bebê que sobrevive e vence carrega um peso simbólico que vai além da narrativa: “Ele representa tanto a inocência quanto o futuro. A humanidade chegou onde está porque outras gerações se sacrificaram. Agora cabe a nós reconstruir o que foi destruído.”
O encerramento também traz uma participação surpreendente: Cate Blanchett aparece como recrutadora de uma versão americana dos jogos, o que levou muitos fãs a especularem sobre novos capítulos ou até spin-offs da série.
Hwang, no entanto, freou as expectativas: “A história chegou a um fim completo. Não sinto que ela precise continuar. Se fosse fazer algo novo, talvez explorasse o passado, o que aconteceu entre as primeiras temporadas.”
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O diretor ainda revelou o impacto físico e emocional da produção: “Perdi dois dentes durante esse processo, de tanto estresse”, confessou.
Apesar do fim, Hwang reconhece que pode haver mais pela frente — se houver interesse suficiente. “Se a terceira temporada for acolhida com o mesmo carinho da primeira, talvez eu consiga dizer adeus com menos dor no coração.”
O futuro de Round 6 pode estar incerto, mas o legado de sua crítica ao desespero humano diante do sistema, e a mensagem de que ainda há esperança para as próximas gerações, permanece mais forte do que nunca.