Quarenta anos depois da estreia de E.T. – O Extraterrestre, um dos maiores clássicos da carreira de Steven Spielberg, a atriz Dee Wallace revelou um episódio de bastidores que quase mudou o tom do filme. Em entrevista recente, ela contou ter discordado do diretor por considerar uma cena “fora do espírito familiar” da produção.
Wallace interpretava Mary, a mãe das crianças que encontram e escondem o alienígena perdido na Terra. Segundo ela, uma das versões iniciais do roteiro previa que E.T. deixaria doces ao lado da cama da personagem durante a madrugada, em um gesto de carinho. O problema, segundo a atriz, estava na forma como Spielberg queria filmar a cena.
“O plano original mostrava meu lençol mais baixo do que eu achava aceitável para aquele contexto”, afirmou a atriz. A preocupação, explicou, não era com a ação do extraterrestre, mas com a mensagem visual que a imagem poderia transmitir — especialmente em um longa voltado ao público infantil.
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Wallace procurou apoio da roteirista Melissa Mathison e da produtora Kathleen Kennedy para defender sua visão. Segundo ela, sua intenção era manter o sentimento de inocência que permeava o filme. “Sempre vi E.T. como uma história profundamente pura. Não cabia nenhum tipo de ambiguidade ali”, disse.
O impasse foi resolvido com um pequeno ajuste: o lençol foi reposicionado de forma a cobrir Wallace até os ombros, eliminando qualquer possibilidade de duplo sentido. Spielberg, apesar da mudança, não demonstrou resistência ao pedido.
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A discussão não afetou a relação entre os dois e, ao longo dos anos, o cineasta seguiu elogiando o filme, que ele considera uma de suas obras mais redondas. “É o único filme meu que chega perto da perfeição”, declarou em entrevista no ano passado.
Depois do sucesso global de E.T., o estúdio chegou a pressionar Spielberg por uma continuação, cogitando uma adaptação do livro The Green Planet, que retrataria o planeta de origem do alienígena. O diretor, no entanto, preferiu manter a história original como peça única. “Ficava melhor no papel do que na tela”, avaliou.
