A recente morte do papa Francisco, aos 88 anos, colocou os holofotes sobre Conclave, filme dirigido por Edward Berger e indicado em oito categorias do Oscar 2025. Lançado no Brasil no início do ano, o longa revela detalhes pouco conhecidos do processo que define o próximo líder da Igreja Católica, em uma narrativa que combina fé, tradição e disputas políticas.
A produção começa com a imagem do papa morto em sua residência oficial, a Casa Santa Marta, no Vaticano. A partir daí, o espectador é guiado por uma trama de alianças e estratégias entre cardeais que disputam silenciosamente o cargo mais alto da Igreja.
Estrelado por Ralph Fiennes, Isabella Rossellini e Stanley Tucci, o enredo acompanha o cardeal Lawrence, responsável por conduzir os preparativos do conclave. No centro do poder e cercado por religiosos do mundo todo, ele descobre segredos que ameaçam estremecer os pilares da instituição milenar.
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“Conclave joga luz sobre um dos processos mais misteriosos e fechados do planeta”, destaca Berger. O diretor mostra como o Vaticano se transforma em um palco de negociações intensas e manobras discretas quando o Trono de Pedro fica vago.
Com a morte de Francisco, que esteve à frente do catolicismo por 11 anos, um novo conclave será convocado. De acordo com as normas do Vaticano, até 120 cardeais com menos de 80 anos de idade se reúnem na Capela Sistina para escolher o próximo papa. O processo é sigiloso e pode durar dias. A cada rodada de votos, uma fumaça é liberada para indicar o andamento da escolha: preta, se não houve consenso; branca, quando o novo pontífice é eleito.
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A eleição requer que dois terços dos votos estejam alinhados em torno de um único nome. Durante esse período, os cardeais ficam completamente isolados do mundo exterior. Não é permitido autopropaganda, e os votos são rigorosamente supervisionados por grupos de escrutinadores e revisores.
Caso o processo se prolongue sem definição, pausas são feitas para oração e reflexão, em busca de um consenso espiritual e político. No limite, os dois candidatos mais votados podem disputar em uma votação decisiva.
Enquanto o mundo aguarda o anúncio do sucessor de Francisco, o filme se torna uma forma acessível — e impactante — de compreender o que acontece por trás das cortinas do Vaticano quando a Igreja enfrenta a tarefa de escolher um novo papa.