
Depois das críticas ao uso de inteligência artificial (IA) em produções, como no documentário What Jennifer Did, a Netflix publicou um guia interno com orientações para parceiros e estúdios sobre o emprego da tecnologia. O objetivo é evitar polêmicas, proteger obras com direitos autorais e garantir que o uso da IA não substitua o trabalho de artistas.
Segundo a empresa, qualquer aplicação de ferramentas generativas deve obedecer aos mesmos padrões criativos e legais de produções tradicionais. Entre os princípios definidos estão:
- não replicar ou recriar características de obras sem autorização;
- não armazenar ou reutilizar dados de produção para treinar modelos;
- usar IA em ambientes empresariais seguros;
- garantir que o material gerado seja temporário e não faça parte do produto final sem aprovação;
- não substituir performances de talentos nem trabalhos cobertos por sindicatos sem consentimento.
A plataforma também alerta que a IA não deve criar personagens principais, cenários ou elementos visuais centrais sem autorização expressa. O uso em contextos de apoio — como a criação de elementos secundários de cena — é permitido, desde que não altere a essência da performance artística.
“O público deve poder confiar no que vê e ouve na tela. Se usada sem cuidado, a GenAI pode confundir a linha entre ficção e realidade ou enganar os espectadores involuntariamente”, destacou a empresa no comunicado.
Com isso, a Netflix busca equilibrar a adoção de novas tecnologias com o respeito à integridade artística, reforçando que a inteligência artificial deve ser um complemento, e não uma substituição, no processo criativo.