O artista das moscas: John Knuth transforma vômito de insetos em arte

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Em uma cena que poderia facilmente ser confundida com algo digno de um filme de mistério, a polícia de Denver recebeu um chamado sobre uma galeria de arte com “muitas moscas e possível cadáver”. Ao invadir o local, no entanto, os policiais não encontraram nada de sinistro — mas sim um ateliê de arte em funcionamento, com dezenas de milhares de moscas trabalhando ao lado do artista John Knuth.

Há mais de uma década, Knuth desenvolve uma técnica única e excêntrica, criando pinturas abstratas usando o vômito de moscas. Alimentadas com tinta acrílica diluída em água com açúcar, as moscas vomitam repetidamente sobre as superfícies, transformando-as em telas vibrantes e luminescentes. “Quando as moscas comem, elas digerem externamente, vomitam, sugam, vomitam de novo. É um processo constante, e eu apenas os coloco em um ambiente onde isso se transforma em arte”, explica o artista ao Guardian.

Embora a ideia possa repugnar à primeira vista, as obras de Knuth têm conquistado uma apreciação crescente, com exposições internacionais e obras incorporadas a coleções permanentes, como a do Museu de Arte de Asheville. Sua arte, ao contrário da origem incomum, é delicada, luminosa e cheia de simbolismo.

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Após um incêndio devastador em janeiro, que destruiu sua casa e seu arquivo artístico de 25 anos em Los Angeles, Knuth retomou seu trabalho com moscas. “As moscas me ajudaram a pagar minha casa da primeira vez. Voltar a pintar com elas foi como retornar ao ponto de partida”, revela. Em sua nova mostra, The Hot Garden, na Galeria Hollis Taggart, em Nova York, as obras refletem temas de destruição e renascimento, como em “7 de janeiro”, onde ele mistura tons vermelhos, lavanda e verdes para evocar chamas e fumaça.

Além das pinturas, Knuth também apresentou uma instalação escultórica chamada The Sculpture Garden, que inclui fragmentos de suas obras salvas do fogo e peças de outros artistas afetados, como uma matéria do New York Times coberta com manchas vermelhas feitas pelas moscas. Duas dessas obras foram adquiridas pelo Museu Getty.

John Knuth, que desde sua infância em Minneapolis cultivou um fascínio por animais e elementos naturais, nunca foi um artista convencional. Ao longo de sua carreira, já utilizou veneno de cascavel, pintou ossos de coiote e criou protestos com moscas e aviões de papel durante a Guerra do Iraque. Suas obras abordam temas de fragilidade, perda e persistência, conectando o humano e o natural de maneiras profundamente impactantes.

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Agora, aos 46 anos, Knuth está determinado a continuar sua trajetória artística. Com um novo estúdio em Pasadena, povoado por armadilhas de moscas, esculturas de ouriços-do-mar e cascavéis empalhadas, ele segue criando com uma energia renovada. “O mundo se envolveu comigo de forma bastante intensa nos últimos meses”, diz ele. “Mas estar ocupado ajuda. E se as moscas ainda querem pintar, eu também quero.”

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