A Netflix lançou na última quarta-feira (29) a série documental Procurados – EUA: O.J. Simpson, que revisita um dos julgamentos mais midiáticos da história. O ex-jogador de futebol americano foi absolvido das acusações de assassinato de sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e de Ron Goldman em 1995, mas as controvérsias sobre o caso seguem vivas mesmo após sua morte, em abril do ano passado.
Dividido em quatro episódios, o documentário apresenta depoimentos inéditos de figuras centrais no julgamento, incluindo membros da acusação e defesa, policiais que estiveram na cena do crime e pessoas próximas às vítimas. Entre os entrevistados estão o advogado Carl E. Douglas, que integrou a equipe de defesa de Simpson, e o promotor Christopher Darden, além da irmã de Ron Goldman, Kim.
++ Netflix anuncia data de estreia da terceira e última temporada de Round 6
O diretor Floyd Russ destacou, em entrevista ao New York Post, que a série resgata temas que continuam relevantes. “Questões como violência doméstica, raça e o poder da narrativa judicial ainda são amplamente discutidas”, afirmou. Ele também revelou que algumas entrevistas foram particularmente difíceis, como a de Kim Goldman. “A dor da perda ainda é muito presente. Tivemos momentos de muita emoção no set”, disse.
A morte de Simpson coincidiu com a fase final da produção do documentário. Segundo Russ, embora já estivesse doente, ele manteve até o fim uma postura pública distante da gravidade de sua condição. “Ele sempre deu a entender que estava bem. É como se tivesse mantido sua versão dos fatos até o último momento”, comentou.
++ O icônico Bozo está de volta ao SBT
A série também exibe imagens da cena do crime, mas comedidas em relação à brutalidade do caso. “O objetivo não é chocar, mas mostrar a realidade do que aconteceu”, explicou o diretor.
Uma ausência notável no documentário é a da promotora Marcia Clark, que recusou o convite para participar. Segundo Russ, ela preferiu não revisitar o caso, afirmando que já disse tudo o que queria sobre o julgamento.
A produção reacende o debate sobre um crime que, mesmo após três décadas, continua a gerar questionamentos e teorias, consolidando-se como um dos casos mais emblemáticos do sistema judiciário norte-americano.