Em 2013, o Dr. Pierdante Piccioni acordou no hospital sem memória do acidente que o deixou em coma por algumas horas. Mas o choque maior veio ao ver dois homens adultos se apresentando como seus filhos. Em sua mente, a data ainda era 25 de outubro de 2001, e ele esperava encontrar duas crianças de 8 e 11 anos. O tempo havia avançado 12 anos, mas ele não tinha nenhuma lembrança desse período.
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Além da infância dos filhos, Piccioni perdeu momentos importantes da própria vida. Ele pediu para ver sua mãe e descobriu que ela havia falecido. Não reconhecia os avanços da tecnologia nem se lembrava de sua trajetória profissional. Antes do acidente, ele era chefe dos serviços de emergência em Lodi, na Itália. Agora, precisava reaprender tudo para retomar a carreira. Trabalhou com médicos e psicólogos, tentou estimulação cerebral e revisou milhares de e-mails, mas suas memórias não voltaram.
A falta de lembranças trouxe outro impacto: sem os registros emocionais do passado, ele não se conectava com sua antiga versão. Ao rever fotos e vídeos, percebeu que era um homem frio e arrogante. Seus colegas até o apelidavam de “príncipe dos bastardos”. No entanto, o trauma o transformou. Ele se tornou mais empático e próximo da família. Para se reconectar com os filhos, recriou momentos que havia perdido, como assistir a filmes e jogar futebol juntos.
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Uma segunda chance
Apesar da dor, Piccioni vê sua história como uma segunda chance. Sua esposa, Maria Assunta, se apaixonou pelo “novo” marido, e ele redescobriu o amor por ela. Agora, ele usa sua experiência para inspirar outras pessoas a não desistirem diante das dificuldades. “Quando você perde a memória, perde o bom e o ruim. Eu prefiro focar no que posso construir a partir de agora”, afirmou.
Sua jornada de recuperação inspirou o novo drama médico da Fox, Doc, que estreou neste mês.
