Após décadas no corredor da morte, japonês injustiçado recebe indenização milionária

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Iwao Hakamada, um ex-boxeador japonês que passou mais de 40 anos no corredor da morte por um crime que não cometeu, foi indenizado em 1,4 milhão de dólares (cerca de 8 milhões de reais). A decisão foi anunciada pelo Judiciário do Japão nesta terça-feira (25) e marca um dos casos mais emblemáticos de erro judicial no país.

Preso em 1968 sob acusação de quatro assassinatos, Hakamada foi condenado com base em provas que, anos depois, foram consideradas forjadas. Sua confissão inicial foi obtida sob pressão, durante interrogatórios violentos, o que levantou questionamentos sobre a validade do processo. Em 2014, um tribunal apontou que o DNA presente nas roupas ensanguentadas usadas como prova não correspondia ao dele, reforçando as suspeitas de manipulação das evidências. Somente em 2023, após um novo julgamento, ele foi finalmente declarado inocente.

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A indenização leva em conta cada um dos dias que Hakamada passou atrás das grades, mas seus advogados argumentam que nenhum valor pode reparar os danos psicológicos causados por décadas de isolamento e a ameaça constante de execução. Hoje, aos 89 anos, ele enfrenta graves sequelas emocionais e dificuldades para se reintegrar à sociedade.

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O caso de Hakamada se tornou um símbolo do debate sobre a pena de morte no Japão, um país onde execuções são realizadas em sigilo e os condenados só são informados horas antes do enforcamento. Ele é o quinto prisioneiro no corredor da morte a conseguir a anulação de sua sentença na história do Japão moderno, reacendendo a discussão sobre falhas no sistema judiciário.

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