Plainfield, Wisconsin. Novembro de 1957. O amanhecer parecia comum naquela pequena cidade onde todos se conheciam e raramente trancavam as portas. Entretanto, o desaparecimento de Bernice Worden, dona da loja de ferragens local, quebrou a rotina pacata. O último registro no caixa da loja trazia um nome que logo se tornaria infame: “Anticongelante – Ed Gein.”
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Ao investigar o endereço de Gein, a polícia encontrou uma cena que jamais seria esquecida. No celeiro, o corpo de Bernice pendia de cabeça para baixo, aberto como se fosse uma caça. Dentro da casa, o cenário era ainda mais aterrorizante: tigelas feitas de crânios, cadeiras revestidas de pele humana, máscaras confeccionadas com rostos arrancados e até um cinto feito de mamilos. Entre os objetos, havia também um “traje” costurado com pedaços de pele feminina.
A fazenda cheirava a ferrugem, mofo e decomposição. Entre o lixo e o silêncio, a vida de Ed Gein parecia girar em torno de uma devoção doentia à mãe morta, Augusta. Quando foi interrogado, ele confessou ter assassinado Bernice Worden e Mary Hogan, além de admitir que violava túmulos para retirar partes de corpos. Segundo o próprio, ao vestir a pele das mulheres, sentia-se mais próximo da mãe — uma forma distorcida de preencher o vazio que ela deixara.
As investigações revelaram algo ainda mais perturbador: Gein não era um monstro marginal, mas sim um vizinho gentil, sempre disposto a ajudar. Essa descoberta abalou profundamente o país, mostrando que o horror podia surgir dentro da casa mais comum, escondido sob a aparência da normalidade.
Antes que a fazenda fosse leiloada, em 1958, um incêndio misterioso a destruiu completamente. As autoridades nunca confirmaram a causa do fogo, mas o episódio encerrou um dos capítulos mais sombrios da história norte-americana. Dez anos depois, Ed Gein foi julgado e considerado culpado, embora diagnosticado como insano. Passou o resto da vida internado em hospitais psiquiátricos, até morrer em 26 de julho de 1984, aos 77 anos.
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Ed Gein nunca se encaixou no perfil clássico de assassino em série. Afinal, sua história revelou algo mais profundo e aterrador: o limite em que solidão, culpa e loucura se fundem, apagando a fronteira entre a realidade e o delírio. O caso transformou-se em inspiração para diversos filmes e continua a intrigar psicólogos, criminologistas e o público até hoje.
