No fim da tarde de 27 de março de 1980, o estudante João Miranda, então com 21 anos, viveu momentos de terror enquanto nadava a cerca de 200 metros da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Um tubarão avançou contra ele, mordendo sua perna direita e deixando ferimentos que precisaram de atendimento médico.
“Vi aquele monstrão me mordendo e senti o pavor da morte”, relembrou João, que foi levado ao Hospital Miguel Couto e precisou de seis pontos na coxa e na canela. Em meio ao desespero, conseguiu se desvencilhar ao acertar um chute no olho do animal, o que pode ter evitado um ataque ainda mais grave.
Natural de Tubarão, Santa Catarina, João morava no Rio há quatro anos e costumava nadar na praia sem preocupações. Até então, encontros com tubarões eram considerados raros na região.
Dois salva-vidas que estavam de plantão no local prestaram socorro ao jovem e o retiraram do mar com o auxílio de uma lancha. Segundo eles, o animal tinha cerca de dois metros de comprimento e era um cação, nome popular para algumas espécies de tubarões menores.
Apesar disso, João acredita que mais de um tubarão estava ao seu redor no momento do ataque. Testemunhas na areia, incluindo sua amiga Sônia Aparecida Rodrigues da Silva, confirmaram a cena assustadora.
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O médico Rui Barreto, que o atendeu no hospital, não pôde afirmar com certeza se os ferimentos foram provocados por um tubarão. No entanto, o diretor do Salvamar, da Marinha, Victor Wellisch, analisou os cortes e concluiu que o responsável foi um tubarão mako, que teria mordido João de forma superficial, evitando consequências mais graves.