Nas águas geladas que cercam a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, um grupo de mulheres desafia há séculos os limites do corpo humano. Conhecidas como haenyeo, ou “mulheres do mar”, elas mergulham em alto-mar armadas apenas de uma faca e do próprio fôlego.
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Essas mergulhadoras descem até 15 metros de profundidade para coletar moluscos, ouriços e outros animais marinhos. Além disso, a prática é transmitida de mãe para filha desde o século XVII, consolidando-se como um símbolo de resistência feminina e identidade cultural sul-coreana. Em 2016, a Unesco reconheceu oficialmente essa tradição como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Mais recentemente, o estilo de vida das haenyeo passou a intrigar também a comunidade científica. Pesquisadores investigam se as adaptações físicas desenvolvidas por essas mulheres ao longo da vida teriam origem genética. Afinal, compreender tais características pode abrir caminhos promissores no tratamento de doenças crônicas, como hipertensão e derrames cerebrais.
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Ao comparar o desempenho físico das mergulhadoras com o de outras mulheres sul-coreanas, os cientistas analisam possíveis variantes genéticas que expliquem essa resistência extraordinária. Dessa forma, enquanto mantêm viva uma tradição ancestral, as haenyeo podem contribuir com descobertas médicas que beneficiarão gerações futuras.