Uma travessia de quatro dias de barco pelo rio Amazonas marcou o início da luta de Elizandra Henrique da Costa para salvar as filhas, Eliza Vitória e Yasmin Vitória. Unidas pelo tórax e abdômen, as gêmeas nasceram no Pará e precisaram enfrentar uma jornada médica que passou por Manaus e Goiânia até a separação bem-sucedida.
A saga começou no pequeno povoado de Ererê, em Monte Alegre (PA), quando exames na gravidez revelaram a condição rara. Sem estrutura hospitalar adequada na região, Elizandra deixou a cidade natal e seguiu até Manaus, onde recebeu atendimento de alto risco na maternidade Ana Braga.
++ Mãe reencontra filho sequestrado ao adotá-lo sem saber: DNA confirma laço perdido há 10 anos
As meninas nasceram no dia 9 de abril deste ano e, pouco depois, foram transferidas de UTI aérea para Goiânia. No Hospital Estadual da Criança e do Adolescente, uma equipe de 20 especialistas realizou a cirurgia de separação em 13 de maio, seis meses antes do previsto, devido a complicações de saúde em Eliza. A operação durou seis horas e exigiu a divisão de órgãos vitais.
Após dois meses na UTI, Eliza se recuperou rapidamente, enquanto Yasmin enfrentou cuidados adicionais por causa de uma cardiopatia. No dia 9 de agosto, as duas receberam alta — data que coincidiu com o quarto mês de vida — e foram recebidas com festa pela equipe médica.
De volta a Manaus, no Dia dos Pais, o pai das meninas, Marcos Oliveira, encontrou as filhas separadas pela primeira vez. Para ele, foi “o melhor presente possível”. Yasmin seguirá com tratamento cardíaco, mas, para a família, a etapa mais difícil já ficou para trás.