No ultimo domingo, 10 de agosto, a arquiteta e dona de casa Karla Estrella, de 47 anos, concluiu uma punição judicial inédita no país: publicar diariamente, durante um mês, pedidos públicos de desculpas a um casal de políticos alinhados ao governo. Ela fez as postagens na rede social X (antigo Twitter), o mesmo espaço em que havia escrito as críticas originais.
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A determinação da Justiça para 30 dias consecutivos de retratação chamou atenção dentro e fora do México. Além disso, organizações que monitoram a liberdade de expressão reagiram ao caso. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), por exemplo, emitiu um alerta e classificou a situação como parte de uma “preocupante tendência” de novas formas de censura aplicadas por meios judiciais e legislativos.
Durante o cumprimento da pena, Karla publicou textos reconhecendo que sua mensagem anterior havia sido ofensiva. Em uma das postagens, escreveu: “Peço desculpas (…) por uma mensagem carregada de violência simbólica, psicológica (…) e também de preconceito baseado em estereótipos de gênero”. Essas declarações diárias passaram a fazer parte de sua rotina por um mês.
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O episódio reacendeu discussões sobre os limites da liberdade de expressão no México. Nesse sentido, especialistas e ativistas alertam para o risco de a Justiça se tornar um instrumento para silenciar críticas, sobretudo em ambientes digitais, onde o debate público é mais intenso.