Em 31 de outubro de 1858, uma tragédia no Halloween abalou Bradford, na Inglaterra. William Hardacre, conhecido como Humbug Billy, vendeu balas de hortelã que mataram 20 crianças e deixaram mais de 200 pessoas gravemente doentes. Atraído pelo baixo preço, o comerciante comprou os doces de um fornecedor sem perceber que estavam contaminados com arsênico.
A tragédia começou a se desenrolar ainda na madrugada de Halloween. Crianças e adultos que consumiram as balas adoeceram rapidamente. O primeiro médico que atendeu uma vítima pensou que se tratava de cólera; no entanto, logo outros casos começaram a surgir. Dois irmãos, de cinco e três anos, morreram na frente do Dr. John Henry Bell, que, observando a semelhança nos sintomas, decidiu investigar os doces.
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Bell então entregou as balas suspeitas ao químico Felix Marsh Rimmington, que encontrou quantidades letais de arsênico nos doces — o suficiente para matar várias pessoas com uma única pastilha. A polícia agiu rápido, mas a notícia se espalhou. Em pânico, agentes correram pelas ruas e bares, alertando as pessoas a não comerem as balas de hortelã.
Erro fatal na produção das balas
Logo depois, as investigações descobriram o erro fatal: o confeiteiro Joseph Neal usou um pó que pensava ser gesso para baratear a produção. No entanto, o aprendiz do farmacêutico Charles Hodgson, por engano, entregou arsênico. A falta de rotulagem e o descuido tornaram-se fatais.
A tragédia chamou a atenção nacional e impulsionou mudanças nas leis do Reino Unido. Dez anos depois, o governo aprovou a Lei das Farmácias, para regular a venda de produtos venenosos. Mais tarde, em 1875, sancionou a Lei de Venda de Alimentos e Drogas, que visava combater a adulteração de alimentos.
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Apesar do horror, ninguém foi condenado. Muitos enxergaram no caso de Bradford uma prova da negligência e da urgente necessidade de regulamentação de produtos. Esse Halloween sombrio e inesquecível trouxe uma lição amarga sobre segurança alimentar e a fragilidade da vida.