Quase 80 anos depois de um dos assassinatos mais brutais e misteriosos da história dos Estados Unidos, o caso da “Dália Negra” pode estar mais perto de uma resposta. Um novo livro, com lançamento previsto para outubro deste ano, promete revelar detalhes inéditos e apontar um suspeito até então ignorado pela polícia de Los Angeles na época do crime.
Elizabeth Short, jovem de 22 anos, desapareceu em janeiro de 1947 após ser vista pela última vez no Biltmore Hotel, em Los Angeles, onde aguardava um encontro com a irmã. Dias depois, o corpo de Elizabeth foi encontrado em um terreno baldio no bairro de Leimert Park. A cena chocou o país: a vítima estava severamente mutilada, com sinais de extrema violência e com o sangue completamente drenado. O caso logo ganhou notoriedade nacional e Elizabeth passou a ser conhecida como a “Dália Negra”.
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Conexões entre crimes
O livro, intitulado “Sister in Death: The Black Dahlia, the Prairie Heiress, and Their Hunter” (“Irmãs na Morte: A Dália Negra, a Herdeira da Pradaria e Seu Caçador”, em tradução livre), foi escrito por Eli Frankel, produtor indicado ao Emmy. Ao longo de cinco anos de pesquisa, Frankel mergulhou em documentos oficiais, diários, entrevistas e materiais jamais acessados por outros investigadores independentes.
Uma das revelações mais impactantes é a conexão que o autor traça entre o assassinato de Elizabeth Short e o de Lelia Welsh, uma jovem herdeira morta em circunstâncias violentas em Kansas City, em 1941 — seis anos antes do crime da Dália Negra. Ambas as vítimas apresentavam sinais de agressão extrema e modus operandi semelhantes, sugerindo a ação de um mesmo responsável.
Um suspeito esquecido pela história
Segundo Frankel, há indícios de que um homem, identificado nas investigações iniciais de Los Angeles, poderia ser o elo perdido entre os dois casos. Apesar de ter chamado atenção da polícia na época, o suspeito acabou deixando de ser alvo das investigações quando o caso esfriou nos anos 1950.
“Como muitos outros fascinados por crimes reais, passei anos acompanhando o caso da Dália Negra, achando que tudo já tinha sido dito”, afirmou Frankel em entrevista à revista People. “Mas, ao longo da minha pesquisa, percebi que havia um suspeito relevante que nunca foi devidamente investigado, nem por jornalistas, nem por pesquisadores.”
O autor afirma ter encontrado um padrão consistente de comportamento desse homem, incluindo histórico de perseguição a mulheres, violência extrema e possíveis envolvimentos em outros assassinatos que nunca chegaram a ser relacionados oficialmente.
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Expectativa e cautela
Apesar da expectativa gerada pelas novas descobertas, o caso da Dália Negra continua, oficialmente, sem solução. Investigações jornalísticas anteriores já levantaram dezenas de suspeitos ao longo das décadas, mas nenhuma acusação formal foi feita.
Com a publicação do livro, especialistas e entusiastas de crimes reais aguardam para saber se as novas informações trarão, de fato, uma luz definitiva para um dos mistérios criminais mais emblemáticos dos Estados Unidos.